quarta-feira, 2 de novembro de 2011

The Outsider


Se eu fosse escrever um livro sobre mim, chamá-lo-ia assim. É um título excelente. Pena que já foi usado... Existe um outro livro, que não li, mas guardei o título porque gostei dele. Eu compro livros por títulos.
Usar um título de outro poderia ser banal, poderiam me acusar de plágio. Mas, pensando bem, se eu fosse escrever um livro sobre mim, ele teria que ser inteiramente baseado no plágio pra ser coerente comigo. Plagiaria do início ao fim.
Diria que sou o avesso do avesso do avesso, que em mim a tristeza sempre foi esparsa e o remorso nunca deixou de ser vão. Justificaria o plágio por fim afirmando que a repetição é a única forma de se escrever pois quais são as palavras que nunca são ditas?
Falaria que minhas preocupações são esquisitas. Confessaria no livro que agora mesmo, enquanto escrevo esse texto, minha maior preocupação é o fato de naturalmente (e talvez inconscientemente) estar usando tantos verbos no futuro do pretérito e nesses tempos subjuntivos que servem pra indicar as coisas que seriam mas que não serão e analisar assim o que aconteceria caso elas acontecessem. Ora se não é essa apenas mais uma manifestação da coerência entre o texto e o tema! Eu tenho mesmo vivido no futuro do pretérito.
Esse texto ia ser longo... Passou o sopro de escrever, vou ter que parar por aqui. As palavras que iriam preencher o resto dessa tela, não vão mais fazê-lo. Também elas seriam mas não serão. Permanecem assim no seu mundo, que é etéreo e eterno.